sexta-feira, 5 de abril de 2013

05042013

Dizem que quem nasce escritor, morre escritor. Reconhecido ou não. Bom, ainda não consegui concluir se, de fato, sou uma ou se somente tento ser. Parei de escrever tem uns dois anos por achar que não conseguiria mais achar as palavras certas para descrever e passar adiante o que eu pensava sobre certo assunto, ou sentimento. Mas, feliz ou infelizmente, a necessidade batia sempre como uma angustia. Eu sempre soube que escrever era a minha forma mais eficaz de desabafo, e nossa, como funcionava. Me sentia leve a cada letra, vírgula e ponto final.

Abri depois de muito tempo esse blog e vi uma outra Manoela. Que via as coisas de uma outra forma, ou então, que falava de uma outra forma. Me perguntei o porquê de ter escrito sobre tal assunto, tal sentimento e de tal maneira. Descobri o quão estava enganada ao achar que sempre continuei sendo a mesma. Que as coisas mudam, que depois de passarmos por certas coisas, tomamos atitudes diferentes e que, principalmente, a vida muda. E acredite, ela segue.

Por isso, eis de volta aqui nesse blog, no dia 04 de Abril de 2013 a antiga dona e a nova Manoela.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ei, você...

Ei você, que sempre brincou de boneca e trocou figurinhas comigo. Você que sonhou com o futuro ou um futuro comigo. Você que presenciou minhas novas amizades e nem se incomodou com isso. Você que acompanhou dos pequenos aos grandes passos. Você que vibrou ao meu lado ao saber que eu tinha passado de ano. Você que me ajudou a fazer isso. Você que riu comigo em sala de aula, e dormiu também. Você que nem da minha sala era, mas vivia andando comigo pelo pátio. Você que começava e terminava ano comigo.

Ei você, que bebia tanta coca cola comigo. Você que me ensinou a comer, pelo menos, batata cozida ao invés de frita. Você que me ensinou a comer comida japonesa. Você que tanto insistiu, que me fez comer feijão. E até gostar. Você que achou minha pipoca com queijo ralado a coisa mais nojenta e fedida e, hoje em dia, até pega um pouco do meu pote. Você que me ensinou a dizer que não quer água, mas se alguém aparecer com um copo, querer um gole. Você que comia nugget com molho rose em casa vendo filme. Você que me ensinou a fazer aquele macarrão delicioso. Você que me manda mensagem mandando descer pra irmos comer. Você que engordou e resolveu fazer dieta comigo.

Ei você, que viu meu primeiro amor. E até você que viu o último. Você quem aturou meus problemas de madrugada e me ouvia, mesmo dormindo. Você que tá cansado de ouvir mil vezes a mesma história, mas não diz nada porque sabe que me sinto bem contando. Você que me apoia. Você que confia suas histórias mais cabeludas comigo. Você que pede meus conselhos e você que me dá conselhos. Você que vê filme comigo quando eu não to bem, e dependendo do filme, chora também. Você que me diz que vai dar tudo certo. Você que planeja casamento comigo, e que isso não assuste quem ler isso. Você que apostou comigo que até mês tal, iríamos arrumar alguém. Você que me conhece tão bem que sabe que eu me encanto com vários, mas demoro pra me apaixonar de fato, ou até amar um. Você que, se necessário, irá detestar quem ousou me magoar e até se imaginar dando um soco comigo. E você, que mesmo depois disso, vai me apoiar a ir atrás do que eu quero e me dizer que ter medo é bobagem.

Ei você, que eu conheço há anos e hoje em dia perdemos o contato. Você que me conheceu ontem e me ouve como ninguém. Você que eu nem precisei dizer o nome pra saber que é sobre aquele dia que estou me referindo. Você que eu sinto uma baita saudade de conversar. Você que tem muito mais história comigo do que as que eu contei aqui. Você que me manda mensagem pra encher o saco e só. Você que eu acho de irmã, e você, que um dia chamei: obrigada. Por me tornarem a Manoela de ontem, a de hoje e a de amanhã.

Feliz dia do amigo a todos vocêS!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Com o tempo...

Essa semana eu completo meus (poucos) 18 anos. E, nos últimos dias do ano novo, ninguém, além de mim, tem noção de quanta coisa mudou em mim. Viajei, conheci gente nova, li um livro. Nada fora de mim mudou, nem minha rotina. O negócio foi in mesmo, sabe?! E quando eu digo in, eu to falando do coração. E não preciso dizer com todas as letras que estamos falando de algo ligado a relacionamento, certo?! Óbvio que outras coisas mudaram em mim, porém, eu lá sei falar de algo além de paixão, amor? Acho que não...

Já me disseram várias vezes que o tempo te muda, te faz crescer e o principal, entender muita coisa e eu, teimosa, sempre disse que sou a mesma desde os 15 anos. Mas que bobeira, vejo isso aqui mesmo no blog, lendo meus antigos textos, como eu pensava diferente antigamente e me fiz aquela pergunta clássica: e se eu tivesse feito diferente?

Se eu tivesse feito diferente, não teria aprendido tudo o que o tempo me ensinou até hoje. Mas o principal, não é diferente de nada que você nunca tenha ouvido: as coisas acontecem exatamente do que jeito que elas têm que acontecer. Não adianta essa impaciência toda, pode demorar uma semana, duas ou até um ano, quando as coisas têm que ser, serão.
Entendi que você não é o único que tem que demonstrar interesse. Existem duas pessoas dentro de um relacionamento, sendo sério ou não. E acredite, de fato, o interessado dá um jeito. Entendi também que quando algo não dá certo, ficar em casa comendo chocolate e olhando para o telefone não é uma opção que exista. Que existe um mundo inteiro porta a fora e acredite, ele serve pra ser vivido.

Parece hipocrisia, afinal, ninguém é tão inatingível assim. Todo mundo, pelo menos, umas duas vezes na vida chora ao deitar a cabeça no travesseiro, lembra de fulano quando ouve certa música, deseja que aquela cena do filme em que os dois protagonistas se reencontram e fazem declarações um para o outro aconteça com você. Mas também existem os momentos de diversão, aqueles que você vai sair mesmo sem vontade pra ver se esquece. Sai dessa de querer só dormir, se tem uma coisa que você aprende é que a sorte não bate na sua porta sorrindo. Você tem que ir atrás dela. Eu ainda não encontrei a minha, mas o caminho ta indo bem e, sabe que talvez até esteja dando certo?!

domingo, 7 de agosto de 2011

Fora de si

Um tempo atrás li um livro da Martha Medeiros, que conta a história de uma mulher que depois do divórcio, vive uma paixão avassaladora, mas que, infelizmente, acaba. O Fora de mim (nome do livro), mexe com todos os seus sentimentos. E o que mais prevaleceu em mim, durante boa parte do livro, foi uma espécie de raiva. Sim, raiva. Porque aquela mulher sofreu e se questionava sobre o amor. E eu pensava como alguém poderia reagir assim ao término de uma relação. Até porque, quando começamos algo, sabemos que o risco de terminar existe e que temos, querendo ou não, que estar preparadas para. Como também sabemos que isso é impossível.

Quem tem um coração batendo no peito sabe o que é perder alguém. Sabe o que é ter uma história terminada antes do desejado, ou melhor, um término não desejado. Enquanto fui lendo o livro, fui me tocando que já estive no lugar dessa mulher e que ainda passarei por ele várias vezes na vida. Mas como ela, você, eu e todo o mundo, com o tempo aprendemos a lidar com isso e aceitamos. Já é um grande passo pra fechar esse capítulo e começar tudo de novo. E mesmo espalhando aos quatro ventos que se encontra fechada para balanço, lá vem a vida de novo e mostra que você tá errada. É coisa de gente teimosa mesmo, a gente cisma em dizer que não quer ver o amor nem pintado de ouro.

Mas como todo mundo, tocamos a vida. O que apenas nos diferencia de alguns, é que, certas pessoas andam com o sofrimento estampado no rosto e um broche pendurado na blusa com o aviso “afaste-se” e outros sabem esconder bem o que sentem. Escondendo ou não, vivemos na melancolia por um bom tempo, ouvimos músicas que fazem parte da sua história e seus amigos te ligam dizendo que você tem que deixar isso pra lá e te chamam pra sair. Você vai no dia, e começa a ir em todos os outros. E toda essa nossa mania de dizer que não vai passar – e às vezes parece mesmo que não, vai sumindo. O tempo vai passando, você vai pensando, rindo, chorando, e o mais importante, esquecendo. Tudo passa, e você sabe tão bem disso quanto sabe que pode acontecer de novo, e provavelmente vai. Você vai encerrar o capítulo dessa história. Você vai começar outra história.

E novamente vai ouvir de todos: eu te disse. Graças a Deus!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sentimento para mim é documento

Uma das coisas que eu mais ouço é que eu não tenho sentimento. Amigos, conhecidos – esses falam brincando, mas mal sabem que essa é minha fama -, casos e até a minha própria mãe. E essas coisinhas preciosas não entendem que, assim como Antonio Armando, mais conhecido como Armandinho, sentimento pra mim é documento.

Não sair por aí demonstrando, não quer dizer que não sinta. Sentimento para mim é tão importante quanto documento até, que em caso de perda, é só tirar outra via. Mas, em caso de furto de sentimento, desconheço solução para tal. Sentimento tem que ser bem guardado assim como os documentos, e aquelas fotos que só se mostra para os mais apegados.

Assim como essas fotos, eu só mostro pra quem eu sei que vai dar muita risada comigo e que se duvidar, tem a mesma em um porta retrato na mesinha de cabeceira do lado da cama. E assim como meus documentos, guardo numa caixinha com um cadeado que, às vezes, até esqueço por onde a chave anda, mas sempre acho. Entendam, não sou indigente nem insensível. Sou prevenida.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Interrompendo

A gente evita até onde pode interromper algo que na verdade, não ata nem desata. Empurra com a barriga, fala que vai esperar mais um ou dois meses. Quem sabe as coisas não mudam até lá? Afinal, a esperança é a última que morre.

E nessa de esperar a esperança morrer, a gente vai tentando. Tenta até não ter mais o que ser feito e chegar ao ponto que a coisa começa a cansar de fato e sua barriguinha começa a doer de tanto empurrar algo que não sai do lugar. E você pode ter certeza, não vai sair dessa com um tanquinho.

Sempre soubemos quando alguma coisa vai dar em algo ou não, o problema é assumir e botar na cabeça que realmente não dá, que provavelmente, só vai sair dessa desacompanhado. Interromper é como terminar algo antes do fim. E mesmo sem querer, na maioria das vezes, é necessário. Já que, infelizmente, as coisas não são como na televisão quando você vai dizer pra alguém que não dá mais e a pessoa te diz que não vai, que quer e vai ficar.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O que é paixão?

E lá estava eu no Facebook, quando me aparece nas atualizações a seguinte frase: "Segundo a psicanálise, quando se apaixona você não se relaciona com alguém de carne e osso, mas com uma projeção criada por você mesmo" – Não concordei com a frase no instante que a li, e mesmo depois de “ouvir” o que a frase queria realmente dizer, continuei sem acreditar nisso. Mas afinal, o que faz a gente se apaixonar por alguém de fato?

Sempre pensei que você se apaixona por alguém pelo o que a pessoa é com você. Porém, já me apaixonei por pessoas completamente estúpidas comigo. Uma das pessoas que comentou na frase acima disse que você se apaixona por alguém e projeta na pessoa o que você quer ser. Mais fácil colar no espelho um bilhetinho de lembrete do que você quer da sua vida, olhar todo dia e se apaixonar por você mesmo, gasta menos tempo e evita qualquer sofrimento.

Foi quando eu me toquei que se apaixonar mesmo não tem razão nem motivo. Você se apaixona por algo inexplicável como um simples gesto de carinho, um sorriso, um olhar ou até mesmo um toque. Você pode odiar tudo em alguém e mesmo assim sentir algo que nunca sentiu antes por tal pessoa.

Enfim, não adianta procurar explicação pra paixão porque até no Google eu já procurei, e te garanto, são todas contraditórias. Se apaixonar é correr risco de se machucar, é inevitável. Mas mesmo assim, é muito gostoso.